Um esconderijo no norte do Ceará, quase na divisa com o Piauí, me deixou de queixo caído: Baía das Caraúbas. Pense numa baía de praias desertas, cercada por dunas espetaculares e onde a vida dos pescadores determina o ritmo. Esse paraíso fica a oito quilômetros do centrinho histórico da pequenina cidade de Camocim. Um diamante bruto, ainda intocado, entre a badalada Jericoacoara e o Delta do Parnaíba.
Sabe aquele lugar onde você caminha quilômetros e mais quilômetros e não encontra ninguém além da natureza? Vez ou outra aparece ao longe um pescador chegando do mar ou algumas pipas de kite colorem o horizonte. Nada mais. Apenas o mar, as piscinas naturais, as dunas e o vento. Se belos refúgios são a sua praia, então a Baía das Caraúbas vai te encantar, assim como me encantou.
Baía das Caraúbas, Ilha do Amor
Dividi minha hospedagem entre as pousadas Baía das Caraúbas Glamping (pé na areia, com apenas 7 bangalôs e serviço impecável) e Casa de São José (no centro histórico de Camocim, com 10 suítes muito elegantes), que fazem parte do seleto e-group. Elas distam oito quilômetros uma da outra, e foi perfeito para explorar essa região abençoada pela mãe natureza. A começar pela Ilha do Amor, repleta de dunas, separada da cidade de Camocim e da Baía das Caraúbas apenas por um braço do rio Coreaú que encontra o mar e pode ser atravessado facilmente de barco. Uns vinte quilômetros adiante, indo no sentido de Jericoacoara, estão: a Lagoa da Torta, Lagoa Grande, o vilarejo de Tatajuba e mangue seco.
Baía das Caraúbas Glamping, bangalô
Já, no sentido oposto, indo da Baía das Caraúbas em direção a Bitupitá, divisa com o Piauí, você passará por cinquenta quilômetros de praias, dunas e manguezais totalmente selvagens. Eis um Brasil que fascina pela sua grandeza. Inicie explorando as praias sem fim da Baía das Caraúbas e caminhe até o vilarejo de pescadores de Maceió. Vá até as dunas de Barrinha. Pare no povoado de pescadores de Xavier, onde muitas turbinas eólicas fazem lembrar que vento é pura energia! Ao chegar na Barra dos Remédios haverá uma travessia de balsa pelo rio. Continue até Curimãs onde sugiro que almoce no restaurante Brilho do Mar, do chef francês François Bourhis. O cardápio é brasileiríssimo, mas com sotaque francês. Mais quatro quilômetros e Bitupitá marcará a divisa do Ceará com o Piauí. Atravesse o estuário dos rios Timonha e Ubatuba, berçário dos simpáticos peixe-boi, se quiser seguir para o Piauí, ou suba pelo rio até encontrar a cidade de Chaval, com muitas salinas e um “lençol de pedras” que abriga 21 sítios arqueológicos sendo 4 deles já tombados como patrimônio. Não deixe de visitar a Casa de Pedra para ver as pinturas rupestres que datam de 6 a 9 mil anos.
Baía das Caraúbas, Curimãs, Ceará
Com esse lugar intocado e cheio de energia, desejo uma semana maravilhosa.
Beijos
