É provável que, ultimamente, você já tenha se deparado com uma série de “itens desconstruídos” na moda. Normalmente, são peças que já têm um histórico estético ligado a alguma tradição e que, graças a algumas mentes criativas, passam por diversas transformações. E, nessa lista, a camisa social parece ser uma das queridinhas das marcas, que vem passando por uma infinidade de adaptações até chegar em um produto final super desejável. E diferente, claro! O mais incrível é ver que uma roupa, tão clássica no closet masculino, surge em propostas cheias de feminilidade, elegância e modernidade. Com detalhes que, antes, jamais pensaríamos que iriam se encontrar de alguma forma.
Aqui, a Cami e eu investimos em modelos completamente distintos do shape comum e que, sem dúvida, revela muito sobre o nosso estilo urbano. Ela apostou na versão com ombros em evidência, com refresh na área da gola e pontos bufantes no início da manga volumosíssima. Adorei como a Camila usou a peça com jeans, que, além de ganhar um novo ar, mostra esse contraste de tecidos da camisaria com modelagem estruturada. Já no meu visual, uma camisa que elegi para um dos dias do QG Fhits, com transparência nas mangas e sobreposição do mesmo material em forma de franzidos. Veja como essa composição foi especial para dar um toque contemporâneo e romântico a um look all white.
Nas passarelas, o decote parece ser um dos protagonistas da tal desconstrução. Ele, que aparece apenas com a camisa desabotoada, surgiu em recortes ou formatos bem diversificados. Para A.W.A.K.E. Mode, a peça tem a gola deslocada para a linha do busto, que cria uma abertura – e vai até a barra – de maneira muito irreverente. Enquanto isso, na Prada, o decote aparece mesmo com a roupa fechada nos botões, com contorno de tachas, brincando com as ideias de delicadeza e rebeldia ao mesmo tempo – pontos que costumam ser explorados por Miuccia Prada em, praticamente, todas as suas coleções.
Entre as ideias que vão para um caminho oversized, a Ann Demeulemeester propôs um mix de franzidos nas mangas, aplicações, punhos amplos e comprimento que vai até acima do joelho. Com direito a partes transparentes, a camisa da Dion Lee combina uma certa sensualidade e características mais sóbrias em um modelo que serve de complemento para a saia transpassada.
Quando falamos sobre desconstrução, a assimetria é um dos elementos que também não ficam de fora do visual. Para a Monse, o encontro entre os dois tipos de listras + a barra pontuda dão um tom cool e chique à produção. Com uma visível ligação boyish entre os detalhes da camisa, a Alexander Wang optou por uma peça que traz amarração vinda das duas mangas – e que remetem aos suéters presos nos ombros, como usados pelos preppy boys durante a década de 1970.
Mesmo com essas inúmeras modificações feitas na camisa, os estilistas e influencers ainda não chegaram no seu limite de criatividade. Ainda há criações-desejo que vão surgir para nos surpreender! E, claro, sempre vale estar aberta para o novo. Porque o novo sempre vem!
Beijos, Alice.
